PEQUENAS HISTÓRIAS DE GRANDES PESSOAS - OU VICE-VERSA
A moça simpática aí de cima é a Cleide, ou, como ela gosta de ser chamada no Google, "cleide.jpg". A Cleide está se formando agora em Relações Internacionais. Ela escolheu este curso porque tem um nome bem chique, e além disso, ela sempre se deu bem com pessoas de outros países. Ela até tem um amigo virtual, o Hans, que apesar do nome nasceu no Macau e é muçulmano ortodoxo. Ela sempre cita o Hans pra mostrar como nunca teve problemas em se comunicar mesmo com pessoas de tão longe, como o Hans. E, como a Cleide sempre gosta de ressaltar, o Hans costuma dizer que ela tem um português ótimo pra uma brasileira. Mas não é de se admirar: a Cleide sempre teve uma preocupação com o domínio da norma culta da nossa língua, e se gaba - com razão - de sempre escrever "de repente" separado e diferenciar o "mais" do "mas".
Como eu disse, sua graduação foi em Relações Internacionais. No entanto, seus interesses ultrapassam de longe este campo de estudos. Cleide já fez tantos cursos, que eu não hesitaria em referí-la como um "Leonardo da Vinci da contemporaneidade". Bastaria substituir formações como Astronomia, Música e Física por outras como "Parto sem Dor", "Telemarketing" e "Microsoft Office/Windows 95".
Cleide sabe o poder que suas curvas indefectíveis e seu sorriso encantador exercem sobre os homens. Mas ela quer mostrar que não é só isso. Cleide quer mostrar o quanto tem caráter, é criativa, inteligente e determinada. Corre atrás dos seus sonhos, e batalha muito pra ser feliz. É como ela sempre diz: "Tudo o que eu quiser, eu vou tentar melhor do que já fiz. Esteja o meu destino onde esiver, eu vou buscar a sorte e ser feliz".
Com todas as coisas acontecendo, a vida de Cleide anda muito atribulada. Mas ela também tem seus momentos de alegria. Outro dia mesmo ela revelou as fotos do passeio que vez com sua irmã, seus sobrinhos e alguns amigos, na Fazenda Alegria. Ela viu que tinha uns adesivos (daqueles de balãozinho com frases, pra colar nas fotos) que combinavam direitinho com as fotos que ela tinha tirado. Tinha uma do seu sobrinho Pedrinho todo serelepe em cima do pônei, em que ela colou o adesivo do "olha eu aqui, mamãe!". Em uma ela pegou um dos amigos completamente bêbado, vomitando o almoço em cima de uma mula. Ela colou aquela "Ah, eu tô maluco!". Tinha outra da sua irmã agarrada com um amigo, aonde ela colou aquele de "Vai dar namoro!". Só espero que o marido da irmã dela não veja. Ela deve levar as fotos pro pessoal ver hoje à noite, depois do Big Brother. E por falar em televisão, Cleide acha que a mídia tem muita culpa pelos problemas do nosso povo, mas não consegue perder um dia do reality show. Afinal, como Cleide genialmente constatou: ninguém é de ferro, né?
É, Cleide, ninguém é de ferro. E nem de açúcar. O que é bom, porque se não a gente nunca poderia pegar tempo ruim, e os guarda-chuvas iam custar uma fortuna.
PS: Eu sei que devo estar violando alguma lei por uso indevido de imagem. Mas tenho uma fé inabalável no obscurantismo de meu blog, e insito nesta publicação.