sexta-feira, maio 19, 2006

EMPREENDIMENTOS ARTISTICO-CULTURAIS A LONGO PRAZO

Estou pensando em fazer uma readaptação para o cinema de O Estrangeiro, aquele livro do Albert Camus que todo mundo gosta de falar que leu. Mas ao contrário da clássica adaptação de Luchinno Visconti estrelada pelo Mastroianni, na minha adaptação a obra sofrerá algumas pequenas alterações. No lugar de Mersault, o personagem principal da obra camusiana, o protagonista do meu filme se chamará Marquinhos, e é operador de telemarketing em Belford Roxo. No lugar da mãe morta, inseri uma tia-avó que sofre de Mal de Freud [compulsão por ver putaria em tudo que é lugar]. E no lugar do árabe assassinado a tiros, no meu filme é um pivete que toma uns cacetes pra deixar de ser abusado. Mas o resto do enredo deve permanecer o mesmo, feitas as devidas correções em nome da coerência. Ah, sim: o filme, ao invés de "O Estrangeiro", vai se chamar "Peru de Fora Não Dá Peruada".

Também tenho planos de transformar A Náusea do Sartre em um musical no estilo "Noviça Rebelde", com alguns toques de pornochanchada, estrelado por Cheech e Chong, que se chamará "Bagulho Ruim É Onda Errada". Mas é algo pra uma posterior apreciação mais cuidadosa...Prioridades, prioridades...

Sim, eu sei que num primeiro momento não parecem propostas muito viáveis comercialmente. E estou a par das dificuldades de produção, e dos empecilhos técnicos e financeiros. E mesmo assim aposto que entram em cartaz antes daquele filme do Guilherme Fontes sobre o Chateaubriand.

quinta-feira, maio 18, 2006

BREVES EXERCÍCIOS PARA DESENVOLVER A CRIATIVIDADE

1. Compor uma narrativa, em qualquer estilo, entre 15 e 20 linhas, que termine com De súbito, exclama o tamanduá: "E é por isso que eu não toco acordeon!!!"

2. Elaborar um diálogo argumentativo de pelo menos 50 linhas entre um esquimó, um militante palestino, uma testemunha de Jeová e uma galinha d'angola. O diálogo, versando sobre qualquer tema de cunho sócio-político, deve levar em consideração as origens etno-culturais de cada personagem, e deve conter ao menos uma vez as palavras "luxúria", "protozoários", "cientificidade" e "maçã-verde".

3. Escrever uma poesia indianista-nacionalista, nos moldes da primeira fase do Romantismo brasileiro, contendo os termos "telefone celular", "células-tronco" e "herpes genital".

sábado, maio 13, 2006

DIETA DOS ENLATADOS

Vocês já perceberam que nos filmes americanos, para que um baile de formatura entretenha todos os alunos de uma mesma turma sem deixar ninguém na mão, é necessário que cada turma tenha exatamente O MESMO NÚMERO DE HOMENS E MULHERES? Visto que é uma possibilidade consideravelmente remota, podemos concluir que o baile de formatura é um evento que não raro deixa de fora um bom número de alunos de algum sexo. E quais as conseqüências dessa exclusão social?

Às vezes eles são homens. E crescem, fazem faculdade, resolvem virar políticos, se elegem presidentes. E resolvem extravasar todo esse rancor acalentado ao longo de mais de 30 anos descendo fogo no povo moreninho do outro lado domundo, ou tacando uma bomba atômica em cima de uma cidade, ou promovendo embargos econômicos mundo afora, ou enchendo outros países de tropas militares para promover a paz e a democracia. E ficam os sociólogos e historiadores falando um monte de merda sobre conjunturas socio-politico-econômicas, quando nós sabemos que tudo aconteceu porque alguma loirinha chamada Peggy Sue não pôde acompanhar o jovem Georgie no tão aguardado Baile de Formatura dele. Afinal, ela já tinha sido convidada antes pelo capitão do time de football, o Jeff [ou Biff, ou qualquer outro nome monossilábico]. E o jovem George ficou na mão. Quem pode culpá-lo?